06 novembro, 2017

Consciência "Artística do Eu" : Informação : Processamento : Execução

O Que Motiva Você?
Motivação - o que move a ação - e pode ser até mais importante e decisiva pra resolver um sonho  do que o talento em si, que representa apenas parte do todo.
A fonte dessa motivação pode vir dos itens :
Autonomia
Valor
Competência
que podem ser ampliados e ajustados em nosso próprio benefício.
Pense nas palavras:
*1 Autonomia/Valor/Competência/
provocando :
Informação/processamento/execução.
Numa tradução agregada, podem fazer a diferença entre seu desejo realizado ou não, mas pra isso devemos atentar pra algumas dicas :
*Se sentir um indivíduo responsável gera mais motivação.
O conhecimento de si, está a serviço da transformação de si... logo, mais conhecimento, mais caminhos, mais processamento de emoções, que se executadas numa linguagem não apenas nossa, mas também padrão do universo, nos levará para a plenitude da alma, a realização de desejos, sejam eles profissionais ou não.
Há uma filosofia budista (Dogen - mestre zen) que diz que "estudar o eu, é esquecer-se do eu, e esquecer-se do eu, é reconciliar-se com todos os seres", em nosso caso com o universo.
Pois bem, há profissões, coisas que queremos na vida e que precisam de uma desconstrução do eu, focada no objetivo, para que nessa desconstrução se encontre a construção adequada, não apenas à nossa tradução de vida, como também ao ambiente em que estamos no cosmo. Isso complementa a descrição Freudiana do Eu, que diz que o "Eu", é uma imagem daquilo que vejo refletido no olhar do outro, daquilo que suponho poder causar no outro e nesse vai e vem de sensações, executamos (interpretamos) "mensagens" - no caso artisticamente.
Em se tratando do oficio "dublagem", reflito a mensagem do que observo na tela, no caso do teatro, no olhar ou dialogo do outro ator.
Especialistas dizem que agir sob coação gera um "tributário mental" - sendo assim, em nossa analogia, nas aulas... pagamos um "tributo, um dizimo, pra nossos duendes, com seus dogmas, na verdade nossos dogmas contextualizados por eles. Não podemos nos livrar deles, e em inúmeras vezes acabam dificultando, desviando a atenção de nosso processamento e execução da cena exigida.
Porém, quando perseguimos algo que acreditamos, nos acrescenta energia, funciona como combustível pra motivação, são algumas casas andadas no jogo.
Quando conseguimos autonomia, isto é , conseguimos fazer um trato com nosso ou nossos duendes, e ele ou eles nos dão um tempo - conseguimos atribuir valor , importância  a cada passo ou atividade, o que acrescenta energia à motivação, que por sua vez aprimora a COMPETÊNCIA. Se somos competentes, então somos capazes... e aí inicia-se um principio positivo para nossa execução. Inteiros no foco, e treino, é questão de tempo.
Como é que o conhecimento se relaciona com sua vida, com o seu sonho e daquilo que aprendeu, quanta energia foi gerada para motivar a competência?
De quanto, numa escala virtual de 1-10, é a competência? Ela faz você gostar do que faz ou você faz o que gosta? Ou faz porque a mídia sugestiona você?
Só a prática do exercício que foca esse sonho, produz "anticorpos contra uma baixa auto estima ou sensação de incompetência, nos tornando capazes de execuções. Conforme vamos obtendo informações, aumentamos nosso banco de dados, podemos processá-las e havendo exercício ou prática do mecanismo de motivação + ação + valor, o resultado é a sensação de competência que gera perseverança, que por sua vez gera mais competência. São pedras que formam o dominó do nosso sonho.
          Acreditar que nosso esforço, nossas crenças promovem a excelência, pode ser inspirador, desde que essas crenças não estejam viciadas - não compatíveis com a linguagem foco do objeto - olha os duendes aí. Elas não devem  atrapalhar, devem ficar nas gavetas espirituais e apenas quando forem requisitadas  pela determinação amadurecida e objetivadas no foco, venham "conversar, sem vícios nem dogmas errados, na tradução do universo.
Há o momento de se perguntar se tem alguma coisa que está impedindo a realização do sonho, da felicidade... - qual é essa coisa? Estamos no caminho certo? Perdemos alguns vícios? Nossos duendes estão mais fofos com a gente e nós com eles?
ou...
Há falta de autonomia? Aonde anda a motivação? Porque ela sumiu?
A ação gerada pela motivação está viciada ainda, está da forma errada e por isso houve desanimo? Há dúvida quanto à capacidade e porque?
Estresse e ansiedade são fatores prejudiciais... e se acompanhados de crenças viciadas, instrumento de barganha de nossos duendes interiores... geralmente  potencializam  a vontade de conseguir o que queremos e a capacidade de escolha fica prejudicada...
Numa linha do tipo: "se eu pensar que vou comer pra depois ir no banheiro evacuar tudo.... ou: "não vou namorar nem casar porque as relações acabam mesmo, acabo não saboreando o durante, a felicidade da execução.... me privo de emoções que somente nessa estrada poderei conhecer, que inconscientemente me tornam mais ansioso pela busca.
Enfrentar essas fontes negativas com resistência, fortalece a determinação, que gera valor, que gera competência e promove um produto final positivo.
O ciclo então recomeça com mais prática - com pinceladas de reconhecimento.
......
Do ponto de vista da neurociência, em alguns casos, o caminho, ou seja, a busca pelo que desejamos pode gerar mais prazer do que os finalmente...
e então somos levados a um stop desse exercício do finalmente, por conta da felicidade da busca...como se parássemos , déssemos uma pausa em nosso sonho.
          Quando formatamos nosso desejo sempre teremos que avaliar o custo benefício do que está em jogo. Temos os botões emocionais/somáticos,  cada um com uma função ou lembrança que nos ajudam a identificar uma lembrança ruim ou boa e então filtramos mais motivação, que nos move a mais ação - seguimos então na estrada do sonho , traduzindo as sensações, compreendendo-as melhor.  
          Essa capacidade depende de quanta importância e valor se dá a esses marcadores/botões somáticos... que nada mais são do que nossas sensações percebidas por estados físicos, por nossos sentidos... construindo nosso eu. Quanto mais um EU consciente, mais estímulo de bem estar e por conseguinte um nível de satisfação maior, gerando energia pra mais "execução.
Todavia tem que ficar atento a armadilhas apresentadas pela informação no caminho dessa execução.
          Estudos de profissionais concluíram que dicas e orientações descritas num experimento com duas turmas, em letras estilosas (manuscritas - difíceis de ler) e letras padrão (bem fáceis de ler) - sugeriram preguiça na caminhada do sonho, por parte de quem foi orientado pelas letras manuscritas e difíceis de ler.... e em contrapartida deixou uma sensação de mais fácil e conseqüentemente mais motivação, na turma que foi orientada com letra padrão...
ou seja:
Desconstruir a facilidade, para gerar dificuldade, seja pela midia ou amigos, leva ao desestimulo do sonho. Isso não deve ser confundido com uma vida toda fácil, sem dificuldade. Certas coisas podem ser difíceis, o que é diferente de serem impossíveis.
Esforço e dedicação são necessários.
Por outro lado, o cérebro emprega truques e atalhos fáceis para que o indivíduo ache que não há necessidade de prática, de execução equilibrada com o que o universo requisita. Basta pensar, agir com nossa tradução, sem levar em conta a tradução do universo e está tudo bem. Não é simples como pretendemos, mas não é impossível como o sistema quer que acreditemos.
Praticando, pode se tornar possível a solução de um sonho ou então a consciência do quanto falta e o quê, pra que ele se torne realidade.
No caso da dublagem:
Nosso cérebro precisa estar atento e voltado à execução do item exigido, ou seja, colocar na boca de alguém que está na tela, um texto e uma interpretação adequada ao que está sendo dito... isto é : a mensagem correta pro publico a que se destina.
Numa analogia com direção na estrada, ocorre um toque do celular, sugerindo uma mensagem de alguém querido ou inimigo, ou então um carro lindo que desejamos passa na nossa frente... pode ser que reações sejam requisitadas por nossos "duendes, ao inconsciente, que estava voltado pra execução da "tela,.... e essa brecha resulte num descompasso da atuação, numa equivalência da direção - em uma colisão na avenida. Isso não é bom. Gera uma demanda de atenção que na avenida ou num estúdio, traz prejuízo.
          Duendes neste contexto representam uma atenção emocional forte e requisitam de nosso cérebro um espaço valioso que faz falta na execução de nosso raciocínio. Imagina uma rodovia com 6 pistas.
A 1é usada pelo original da produção a ser dublada, a 2 por funções biológicas inconscientes como respiração, etc, a 3 pra retorno natural...e sobram 3 pra execução, ou seja, a interpretação.
Geralmente vem o duende e toma 1 ou 2 pistas dependendo da carência, dos dogmas que ele vai "defender... e sobra 1 ou nenhuma pra realizar o processo, quer dizer, o "sistema trava... não sai a "mensagem.
Cientistas defendem que o mecanismo da atenção/supressão... pode nos ajudar, a saber:
Quando focamos num objetivo se é possível suprimir todo o resto em volta porque o ambiente e nossa consciência estão confortáveis, então visualizamos mais facilmente as emoções, ferramentas pra nossa execução.
Se usamos a ansiedade e coagimos nosso cérebro a ficar atento... talvez haja um filtro desconfortável, que ofuscará as emoções, ferramentas de nossa execução... e o produto final poderá ser comprometido... uma brecha que nossos duendes sabem usar muito bem, afinal coação não tem uma associação espiritual fofa.
Aprendemos então que, ficar atento em determinados exercícios pela supressão gera mais valor, mais competência do que simplesmente coagir nosso cérebro a ficar atento.
Viva a consciência confortavelmente nutrida de Autonomia, valor e competência.
E viva a informação, processada numa execução brilhante saboreada no ar condicionado do "Pão de Açúcar".

*1
Autonomia : (estado onde se está livre para exercer as ferramentas de nosso exercício)
Valor: (Importância dada ao que fazemos, quanto está valendo nosso approach)
Competência: (Moeda/tradução do sistema, equilibrada com nossa tradução de vida)
Informação: (Tudo que chega até nós e fica em nosso "banco de dados")
Processamento: (Transformação do conhecimento e informação numa tradução adequada à execução)
Execução
Nosso approach, nossa mensagem em estado equilibrado com o sistema sendo "escutada/gravada

Por: Figueira Junior
"Fonte- base": Revista Mente e Cérebro - ano XII n. 288


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